Sou pura emoção, sei que me falta racionalidade, porém, acredito estar fazendo a coisa certa!
Afinal, até na mais autêntica razão, podemos dosar um "tantinho" de amor...Não é mesmo?!
-Rosangela Garo-






domingo, 20 de novembro de 2011

GAIOLAS OU ASAS - O que você prefere?




“Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas"

Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.
Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.”
(Rubem Alves)





Era uma vez um menininho bastante pequeno,
Que contrastava com a escola bastante grande.
Uma manhã, a professora disse: Hoje nós iremos fazer um desenho. "Que bom!"- pensou o menininho. Ele gostava de desenhar leões, tigres, galinhas, vacas, trens e barcos.
Pegou a sua caixa de lápis de cor e começou a desenhar.
A professora então disse: Esperem, ainda não é hora de começar!
Ela esperou até que todos estivessem prontos.
Agora, disse a professora, nós iremos desenhar flores.
E o menininho começou a desenhar bonitas flores.
Com seus lápis rosa, laranja e azul. A professora disse: Esperem! Vou mostrar como fazer. E a flor era vermelha com caule verde. Assim, disse a professora, agora vocês podem começar.
O menininho olhou para a flor da professora E depois olhou para sua flor.
Gostou mais da sua flor, mas não podia dizer isso.
Virou o papel e desenhou uma flor igual a da professora.
Era vermelha com caule verde.
Num outro dia, quando o menininho estava em aula ao ar livre,a professora disse:
Hoje iremos fazer alguma coisa com o barro.
"Que bom"!!!, pensou o menininho.
Ele gostava de trabalhar com barro.
Podia fazer com ele todos os tipos de coisas: elefantes,camundongos, carros e caminhões.
Começou a juntar e amassar a sua bola de barro.
Então, a professora disse:
Esperem, não é hora de começar!
Ela esperou até que todos estivessem prontos.
Agora, disse ela, nós iremos fazer um prato.
Ele gostava de fazer pratos de todas as formas e tamanhos.
A professora disse: - Esperem! Vou mostrar como se faz.
Assim, agora vocês podem começar.
E o prato era um prato fundo.
O menininho olhou para o prato da professora e depois par a seu próprio prato.
Gostou mais do seu, mas não poderia dizer isso.
Amassou seu barro numa grande bola novamente e fez um prato fundo, igual ao da professora.
E muito cedo o menininho aprendeu a esperar e a olhar e fazer as coisas...
Exatamente como a professora.
E muito cedo ele não fazia coisas por si próprio.
Então aconteceu que o menininho teve que mudar de escola.
Era uma escola ainda maior que a primeira.
Um dia a professora disse: Hoje vamos fazer um desenho.
"Que bom!"- pensou o menininho, esperando que a professora dissesse o que fazer.
Ela não disse, apenas andava pela sala. Então veio até o menininho e disse: Você não quer desenhar? Sim, e o que nós vamos fazer? Eu não sei até que você o faça. Como eu posso fazê-lo? Da maneira que você gostar! E de que cor?
Se todo mundo fizer o mesmo desenho e usar as mesmas cores, como eu posso saber o que cada um gosta de desenhar?
Eu não sei...
Então o menininho começou a desenhar uma flor vermelha com caule verde...

(Capítulo 5 do livro “A descoberta da criança” – Mary Sue Pereira – Editora Wak – Rio de Janeiro – 2002)


Minha opinião:
Hoje resolvi entrar num assunto que muito me incomoda...
O ato de educar tem que ter muita atenção por parte de todos, e não me refiro apenas à educação nas escolas.
Muitas vezes estamos tão acostumados com a forma de executar o que quer que seja, que não permitimos qualquer alteração.
O texto nos revela, o quanto "os moldes" são pragmáticos e inibidores de criatividade, imaginação, sonho e fantasia.
O professor que apenas dita regras, não é portador de uma Pedagogia construtiva, ele apenas serve como líder e nada mais.
Na minha opinião, as crianças tem um poder tão grande de criação, que basta apenas que lhe mostremos a direção, o resto virá como consequência.
Já presenciei inúmeros acontecimentos de professores "ditadores", não interpretem como crítica, e se for visto desta forma, sinto muito, porém o que não podemos mais observar, são alunos sendo tolhidos de todas as formas.
Não distante, muitas vezes essas amarras acontecem em casa, falta de tempo, stress, afazeres diários, servem como justificativa para que se deixe a criança durante horas em frente à televisão, computador, vídeo-game....E por aí vai...
É mais cômodo, mais prático e inevitavelmente mais DESANIMADOR.
Para que possamos ter alunos preparados para a sociedade voraz que vivemos, a união tem que acontecer - FAMÍLIA - ESCOLA - SOCIEDADE.
Ter um olhar novo diante de acontecimentos iguais.
Porque unidos, vai ser muito melhor!

Nenhum de nós é tão bom, quanto todos nós juntos!

Abraços e o meu desejo que tenham uma semana sem amarras...
Pedagoga Rosangela

3 comentários:

  1. Tirar a criatividade de uma criança é como tirar-lhe a iniciativa, logo essa criança começa a não ter opinião própria tornando-se um dia mais um dependete das opções alheias. Criança deve dar asas a sua imaginação tal qual um pássaro livre para na idade adulta trilhar seu próprio caminho, o caminho que escolher.
    Parabéns pelo post querida Rosangela!
    Um enorme beijo desse seu amigo e admirador!!!

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  2. Obrigada meu amigo!
    Infelizmente isso ocorre com muita frequência, mas já que falei em imaginação....prefiro imaginar que um dia, não muito distante, essa situação não mais aconteça!
    bjsss e a recíproca é verdadeira!

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  3. Muito bom seu texto e muito boa a sua analise. Não tenho muitos leitores fiéis, mas estou indicando sua postagem.

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